A arte efêmera é um conceito novo, mas bastante usado para designar algumas formas novas e antigas de se fazer arte atualmente.
A transitoriedade das coisas tem feito as pessoas pensarem sobre diversas questões da vida, gerando a necessidade de provocar, criar e viver mais experiências.
Tudo isso através de recursos que, tradicionalmente, não iriam se relacionar por causa dos padrões estéticos. No entanto, esse tipo acolhe as possibilidades e pode criar obras de arte com materiais inusitados.
A ideia é estimular a criatividade, vivenciando ou passando uma mensagem para os outros.
Depois de conhecer mais detalhes sobre a arte efêmera, vai ficar até mais fácil perceber o quanto de arte existe à sua volta, que transforma e embeleza o mundo.
O que é arte efêmera?
Como o próprio nome já diz, a arte efêmera é um tipo de arte que tem como característica principal a transitoriedade. Isto significa que ela não tem o objetivo de ser permanente, como acontece nos casos de quadros de pinturas clássicas e estátuas físicas.
Uma performance de rua, uma estátua de areia ou uma escultura com movimentos de luz, possuem durabilidade determinada e servem de exemplo para essa arte.
Quando surgiu a arte efêmera?
Esse conceito de arte efêmera é muito recente e possui relação com o aparecimento da arte contemporânea.
A partir da década de 50 a 70, o conceito surgiu a partir de várias obras que mudaram os moldes clássicos de fazer arte. Estruturas visuais, por exemplo, passaram a incluir recursos tecnológicos para serem usadas como instalações em determinadas ocasiões.
Outras linguagens, como a performance e o happening também surgiram e ganharam visibilidade nesse período, fazendo parte do conjunto de obras transitórias.
Quais as características da arte efêmera?
Apesar da transitoriedade das artes efêmeras, é também muito importante que esse tipo de arte busque passar uma mensagem significativa.
Assim, ela pode ficar marcada no tempo através da memória, de um vídeo ou por fotografias. Mas, a arte efêmera em si, não pode ser guardada ou exibida da mesma maneira novamente.
Além de gerar uma provocação, essa arte pode ser encontrada em diferentes ambientes e apenas servir de apoio para determinadas ocasiões e atividades. Na arte efêmera não vale somente a habilidade técnica, mas também a motivação por detrás do acontecimento.
Quais os artistas mais conhecidos e suas obras na arte efêmera?
O artista norte-americano, Anthony Howe, é famoso no Brasil por ter construído duas esculturas cinéticas para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
Foi uma arte efêmera pensada para provocar movimentos em looping (repetitivos) e hoje permanece no centro do Rio de Janeiro, só que apagada e sem movimentos.
Outro artista é o Eduardo Kobra, um brasileiro que já produziu vários murais expostos em edifícios, fábricas e estádios, em diferentes lugares do mundo. Algumas das suas obras mais famosas foram “Mural Ayrton Senna” e “A mão de Deus”.
Já Lygia Clark e Hélio Oiticica foram artistas que tiveram um repertório vasto na produção de instalações artísticas, visando a participação do público.
A obra “A casa é o corpo: Labirinto” da artista Lygia Clark, propunha uma estrutura de 8 metros para simular a experiência de gestação.
O expectador fazia parte da obra, ao experimentar sensações durante o percurso labiríntico.
E, Oiticica realizou uma instalação chamada “Tropicália”, criando um percurso cheio de biombos, plantas tropicais, areia, pedras, escritas e músicas. O artista desejava passar sensações a partir do retrato da brasilidade.
Exemplos de arte efêmera
Além de conhecer várias artes efêmeras famosas, é possível ter exemplos comuns do dia a dia, como uma loja de doces que esculpe biscoitos em diferentes formatos. Ou, pinturas de rua que são produzidas para determinados eventos, como Copa do Mundo ou campanhas sociais.
Um bolo decorado e produzido para ter um formato original também é considerado uma arte efêmera, pela criatividade e intenção artística.
Da mesma maneira, um lindo castelo de areia feito para ser exposto por determinado período, tem o seu prazo de validade, mas não deixa de ser uma arte. Além disso, durante a festa junina muitas decorações artísticas aparecem, cheias de bandeirolas, enfeites e alimentos artesanais.
Ao andar na rua é possível ainda apreciar artes espetaculares, como saraus, performances, peças, shows e outras apresentações artísticas que possuem tempo de duração. Sendo assim, espetáculos de teatro, música ou dança fazem parte da arte efêmera, embora sejam artes milenares que já existiam bem antes desse conceito.
Arte efêmera com folhas
Embora a arte efêmera tenha uma certa durabilidade, não existe uma média de tempo que contemple todas as obras.
Uma obra feita com folhas, como um desenho a partir de diferentes tipos de folhagens, podem durar muito ou pouco tempo. Independentemente, usar folhas já traz um caráter transitório, pois elas são orgânicas e se decompõem.
A artista Flora Foranger ficou conhecida por criar obras a partir dessa matéria prima, obtida em bosques da sua vizinhança.
Ela criou figuras de animais a partir de materiais orgânicos e, para além das folhas, ela usou flores, frutos e sementes, registrando a sua obra por fotos.
Arte efêmera na educação infantil
A partir do exemplo anterior, já é possível pensar em como estimular a criatividade das crianças com artes efêmeras, através de materiais orgânicos, areia, folhas e até mesmo alimentos.
Atividade educativas em salas de aula ou em espaços abertos, são possibilidades para fazê-las se conectarem com a natureza para criarem esculturas, instalações e desenhos.
Outra opção para criar objetos transitórios é utilizar materiais que são flexíveis e sensíveis à temperatura. Nesse caso, a argila para modelar pode ser transformada a partir da água, assim como as figuras feitas com massinha de modelar infantil não serão permanentes.
Criar murais para determinadas datas comemorativas durante o ano, também é uma forma de trabalhar com esse modo de fazer arte. Afinal, o mural terá prazo de exposição e não será usado novamente.
Como fazer arte efêmera usando pó de café
Esse tutorial mostra dicas de como trabalhar com o pó de café para produzir desenhos no papel.
Por ser algo transitório, o objetivo não é fixar/colar o pó no papel, e sim, estimular o movimento das mãos para moldar o café através de uma colher. A colher serve para espalhar o pó, amassá-lo, concentrá-lo e criar espaços vazios que formam os traços do desenho.
Experimente essa técnica para fazer a figura que quiser e ainda trabalhar o movimento das mãos, na intenção de melhorar a sua habilidade. As mãos precisam ficar relaxadas e, assim, o movimento fica mais fluido com a prática dessa arte efêmera. Veja como fazer o passo a passo com Café Criativo – Gustavo Domingues: